(Na corrida da Nova Gente, na Praça de Toiros do Campo Pequeno, em 2007)
Corrida da “Nova Gente”;
Sabemos que realmente
Há dias de pouca sorte.
E no 4º, um mansarrão
Com intre(estu)pidez o João
Resolveu brincar com a morte
Numa lide para resolver
Deu a volta e com saber
A um toiro manso perdido
Meteu os ferros da ordem
Mas as coisas mal ocorrem
Quando o destino é parido
E pronto já para sair
Com o publico a aplaudir
A “faena” que foi possível
Mais um ferro, só mais, um
Se não mete mais nenhum
Não acontecia o incrível
“Venha-me de palmo um ferro
Sou Salgueiro e não me aterro”
Ah, égua e espora danada.
Arrima-se e ao ladear
Já não consegue evitar
A colhida da montada
Eis quando senão acontece
São coisas que a vida tece
Por incrível que pareça
Apeia-se e frente ao toiro
Põe em risco o próprio coiro
Não estava bom da cabeça
“È toiro, bicho danado
Vais sair daqui esganado”
E seguindo no seu encalço
Afasta o peão de brega
Parecendo fazer-se à pega
Acontecendo o percalço
Cita de frente o bichano
Assumindo um ar ufano
Gesto de qual valentia?
Sorte e azar em mistura
Estiveram nesta loucura
Que em tempo algum não se via
O público fica expectante
Com tal atitude aberrante
E aparatosa colhida
Mas p’ra gáudio da multidão
Está na trincheira o João
Mesmo no fim da corrida
Artistas cruzam a arena
Para ele não vale a pena;
Pensa, e é gesto evitado
Mas perante a insistência
Lá enfrenta a assistência
Tendo sido assaz vaiado
Que lhe sirva de lição
E em acto de contrição
Jamais repita a proeza
Por respeito à ‘afición’
Que seu toureio seja dom
De raro garbo e destreza.
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