
Em que estou sempre a esconder
O que sou na realidade;
Umas vezes por maldade
Outras por falso recato.
Não alterando a aparência
Para quem me lê ou escuta
Criando de mim uma imagem,
Imagem que é um retrato
Umas vezes por maldade
Outras por falso recato.
Não alterando a aparência
Para quem me lê ou escuta
Criando de mim uma imagem,
Imagem que é um retrato
Tirado “à la minuta”
Perco alguma transparência
Do que sou eu na verdade
Perco alguma transparência
Do que sou eu na verdade
Dando de mim a ideia
De uma frieza danada
De grande indiferença à dor
De tudo o que me circunda
De uma frieza danada
De grande indiferença à dor
De tudo o que me circunda
Parecendo estar mal com o mundo
Mas indo lá bem ao fundo
Toda esta revolta iracunda
Não passa de barafunda
Mas indo lá bem ao fundo
Toda esta revolta iracunda
Não passa de barafunda
Que raia o ódio e o amor
Desta grande frustração
De quem não tem solução
Alterando dessa feita
Desta grande frustração
De quem não tem solução
Alterando dessa feita
Por maldade ou por recato
Aquilo que está no retrato
Aquilo que está no retrato
3 comentários:
Um excelente reflexo!
De um lado o tudo do outro parece o nada.
Gostei imenso!
Eduarda
Descreveste tão bem o teu sentir. Parabéns!
Olá Joaquim
Este poema está muito interessante, faz-me lembrar Fernando Pessoa quando disse: "O poeta é um fingidor. /Finge tão perfeitamente /Que chega a fingir que é dor /A dor que deveras sente.
Gostei muito.
Um abraço.
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